Frontal® (Alprazolam): alívio hoje e demência amanhã?

16 maio, 2024

Na semana passada, estava no plantão de psiquiatria, aguardando ansiosamente a chegada do próximo plantonista, quando de repente, escuto:

 

“Doutor, você pode renovar minha receita do Frontal, por favor”?

 

É raro, mas acontece muito.

O que você faria caro leitor? Renovaria ou não? Hoje, iremos desvendar os mitos e verdades a respeito do Alprazolam, mais conhecido nas farmácias com o nome Frontal®.

Frontal® é o nome comercial que a empresa farmacêutica Upjohn Company (hoje incorporada à Pfizer) escolheu para o princípio ativo alprazolam na década de 1970. Aprovado em 1981, pelo Food and Drug Administration (FDA), inicialmente com o nome Xanax, mas ganhando destaque e vendas no Brasil com o nome Frontal. É indicado para o tratamento de transtorno de ansiedade e transtorno do pânico. Pertence a classe dos “benzodiazepínicos”, os famosos tarja preta, assim como o Rivotril ( se você ainda não leu o texto sobre o Rivotril, a leitura é obrigatória - https://talkpsiquiatria.com.br/rivotril-solucao-ou-problema/).

Seu mecanismo de ação ainda é pouco conhecido, mas aparentemente reduz a tensão, a agitação, causando uma sensação de relaxamento e sonolência.  É disponível nas apresentações comprimidos: 0,25mg, 0,5mg, 1mg e 2mg.

Agora, vamos as dúvidas mais comuns:

  • É um remédio tarja preta? Sim! Seu uso deverá ser feito sob cautela com acompanhamento e prescrição médica.
  • Pode causar dependência? Sim e acontece muito! É comum o indivíduo precisar de doses cada vez maiores para atingir o mesmo efeito (tolerância - 1 critério da dependência de benzodiazepínicos).
  • Pode ser usado por grávidas e lactantes? Deve ser evitado! Frontal® é um medicamento classificado na categoria D de risco de gravidez.
  • É indicado para crianças? Não! É contra indicado para menores de 18 anos.
  • Quanto tempo demora para fazer efeito? Os picos de concentração plasmática ocorrem em 1 a 2 h após a administração.
  • Quando devo usar? Conforme prescrição médica para transtornos ansiosos e do pânico.
  • Pode levar a esquecimentos? Sim! É um efeito colateral muito comum.
  • Qual a dose máxima? De acordo com a bula 10mg/dia (conforme prescrição médica!).
  • Devo usar por no máximo quanto tempo? Os dados disponíveis corroboram a utilização da medicação por até 6 meses para transtornos de ansiedade e por até 8 meses no tratamento dos transtornos de pânico.

Não, não tomei Frontal® mas acabei esquecendo da grande questão inicial do título deste texto!  Vamos lá:

  • Causa demência? Vamos analisar a revisão: “Benzodiazepinas e risco de demência: qual a evidência?

De acordo com a publicação de 2018 de Sara Gonçalo Domingues e Vânia Raquel Paula Gomes o objetivo do estudo foi determinar se a utilização crónica de benzodiazepinas (frontal, rivotril, valium, lorax) em indivíduos com idade ≥65 anos está associada a um aumento do risco de demência.

 Foram analisadas pesquisas de guidelines, revisões sistemáticas, meta-análises e estudos observacionais, nas línguas inglesa e portuguesa, publicados entre janeiro de 2006 e março de 2016, com os termos MeSH ‘benzodiazepines’ e ‘dementia’. Foi aplicada a escala Strength of Recommendation Taxonomy (SORT), da American Family Physician, para avaliação dos níveis de evidência (NE) e da força de recomendação (FR).

Qual o resultado? Obtiveram-se 209 artigos e, destes, cinco cumpriram os critérios de inclusão. A meta-análise e a revisão sistemática revelaram uma associação entre a utilização de benzodiazepinas e o aumento do risco de demência (Nível de evidência (NE) 3). Este risco aumenta com a duração do tratamento, com doses cumulativas de benzodiazepinas e com a utilização de benzodiazepinas de longa duração de ação, tal como diazepam (NE 3). Porém, os estudos observacionais não evidenciaram esta associação (NE 3). O estudo concluiu que existe evidência limitada para a associação entre o uso de benzodiazepinas e o risco de demência.

Assim, são necessários mais estudos de coorte prospectivos, com um longo tempo de seguimento. Para quem ainda quiser se aprofundar no tema, vale a pena ler este estudo: “Shash D, Kurth T, Bertrand M, Dufouil C, Barberger-Gateau P, Berr C, et al. Benzodiazepine, psychotropic medication, and dementia: a population-based cohort study.Alzheimers Dement. 2016;12(5):604-13”.

Por fim, conheça as curiosidades do Frontal®:

  • Se usado com álcool ou outros depressores do sistema nervoso central pode levar a sedação grave levando até coma ou morte.
  • A descontinuação abrupta pode levar a síndrome de abstinência. É sugerido que a dose diária de Frontal® seja reduzida em não mais que 0,5 mg a cada 3 dias.
  • Em caso de intoxicação ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais orientações ou diretamente para o 192.
  • Ele é prescrito no receituário azul (B1) e em caso de falsificação pode levar até a reclusão.
  • Deve ser conservado em temperatura ambiente (entre 15 e 30°C), protegido da luz e umidade

Lembre-se, o   Frontal® é uma medicação segura desde que utilizada conforme prescrição médica. Restou alguma dúvida? Entre em contato conosco!

 

Referências bibliográficas:

1) Billioti de Gage S, Pariente A, Bégaud B. Is there really a link between benzodiazepine use and the risk of dementia? Expert Opin Drug Saf. 2015;14(5):733-47.

2)  Shash D, Kurth T, Bertrand M, Dufouil C, Barberger-Gateau P, Berr C, et al. Benzodiazepine, psychotropic medication, and dementia: a population-based cohort study.Alzheimers Dement. 2016;12(5):604-13

 

Autor do texto:

Dr. Milton Spolon

 

Você é o que você come?

16 maio, 2024

Você sabia que o consumo adequado de alimentos pode potencializar a ação de alguns medicamentos? Os nutrientes estão envolvidos na produção e funcionamento de hormônios e neurotransmissores diretamente relacionados à fisiopatologia e etiologia dos transtornos psiquiátricos, ajudando a modular algumas funções cerebrais. E a saúde da mulher tem suas particularidades que serão abordadas no texto de hoje.

O padrão de alimentação foi alterado ao longo dos anos. Em 2024, temos  refeições cada vez mais curtas, com cada um no seu canto, sem as tradicionais refeições em família. Pequenas mudanças nos hábitos alimentares são sustentáveis ​​e suficientes para ter um impacto positivo na saúde mental.

Todo o mês, a mulher passa por alterações hormonais no período menstrual, por isso pode ocorrer: retenção de água, deficiência de vitamina B6, aumento de prolactina (hiperprolactinemia), alterações de prostaglandinas na fase lútea tardia, também conhecida como fase pré-menstrual, entre inúmeras outras mudanças.

Uma variedade de vitaminas e suplementos dietéticos, incluindo a Piridoxina (vitamina B6), vitamina E, cálcio,magnésio e ômega 3 foram estudados como

agentes terapêuticos para os sintomas da TPM (transtorno pré-menstrual) porém ainda sem evidências robustas.

 Além disso, a falta de vitamina B6 e magnésio pode ser responsável pelo estresse e alterações hormonais. Sua reposição parece aumentar o nível sérico de progesterona influenciando os níveis de serotonina (aquele neurotransmissor onde age o Escitalopram, Sertralina, Fluoxetina, etc...), a qual é um neurotransmissor sintetizado a partir do triptofano, agindo na modulação do humor, melhora dos sintomas da TPM e controle alimentar.

Podemos encontrar triptofano nos alimentos ricos em carboidratos (sua biodisponibilidade é aumentada pela secreção de insulina, o transportador natural do aminoácido para o sistema nervoso central).

Ademais, o ômega 3, cálcio e vitamina D tem impacto positivo na saúde da mulher. A maioria dos estudos mostram que uma dieta rica em peixes (ômega 3) diminui o risco de depressão e outros transtornos psiquiátricos. Um bom exemplo é a dieta do mediterrâneo. Trata-se de uma alimentação cujo nome é devido ao Mar Mediterrâneo, praticada principalmente na Espanha, França, Itália, Grécia, e que prioriza grãos integrais, frutas, vegetais, legumes, nozes, ervas, especiarias, peixes e azeite. Tal dieta também diminui risco de câncer e outras doenças crônicas.

 Mas e o cálcio? Com o avançar da vida há uma redução da massa óssea, que pode ser agravada quando associada à ingestão inadequada de cálcio. Durante o período do climatério, que corresponde ao fim do período fértil da mulher, há um aumento na prevalência de osteoporose e osteopenia devido à diminuição progressiva da taxa ovariana. Para a maioria das mulheres, a osteoporose pode ser prevenida por uma alimentação balanceada, rica em cálcio e vitamina D (leites e derivados - se você é intolerante à lactose também há opções) associado a atividade física regular.

Por fim, destaco os probióticos: são microrganismos vivos, capazes de melhorar o equilíbrio da microbiota intestinal, também conhecida como flora intestinal. Um campo cada vez mais estudado é que pode ser a chave para o cuidado da saúde integral.

 

Confira 5 dicas para melhorar sua alimentação:

  • Elaboração de um diário alimentar: é um meio de monitoramento comportamental, que permite notar e melhorar sua relação com a comida, além de controlar suas atividades diárias.
  • Refeições pequenas e fracionadas: não fique muito tempo sem comer.
  • Reduza o sódio (encontrado principalmente no sal e alimentos ultraprocessados), pois isso diminui aquele famoso “inchaço”.
  • Leia sempre a embalagem para saber o que está consumindo e a quantidade. Se possível, prepare sua comida, você pode descobrir novos prazeres.
  • Cuidado com fórmulas milagrosas! Procure sempre um profissional qualificado.

 

Referências bibliográficas:

 

  • Sarris J. Clinical use of nutraceuticals in the adjunctive treatment of depression in mood disorders. Australas Psychiatry. 2017;25:369–72.
  • Diet, Nutrition, and Women’s Mental Health - Women’s Mental Health - A. T. Kachani and Y. A. de Lima Furtado

Autor do texto:

Dr. Milton Spolon

 

Sibutramina: o antidepressivo para perda de peso?

16 maio, 2024

O ano de 1997, foi marcado pela primeira clonagem da Ovelha Dolly, fim do império britânico e aprovação pelo FDA de um antidepressivo para o tratamento de obesidade: Sibutramina, tema de hoje.

É uma medicação que merece atenção e cuidado principalmente entre as mulheres, as maiores consumidoras dessa substância, de acordo com as pesquisas. Destaco uma análise das prescrições de sibutramina em drogarias¹ na cidade de São José do Rio Preto publicada em 2018 na Revista Eletrônica de Farmácia. O estudo evidenciou o maior consumo de sibutramina entre as mulheres (93% - n:224).

Características das 240 prescrições de sibutramina analisadas em serviço privado de distribuição de medicamentos. São José do Rio Preto, São Paulo Brasil, 2016.

Trata-se de um inibidor não seletivo da recaptação de serotonina noradrenalina/dopamina. É  indicado como terapia adjuvante, como parte de um programa de gerenciamento de peso, recomendado para pacientes com um índice de massa corpórea (IMC) maior ou igual a 30 kg/m2 . Está disponível nas apresentações cápsula gelatinosa dura 10mg e 15mg.

Agora, vamos as dúvidas mais comuns:

  1. É um remédio tarja preta? Sim!
  2. Pode causar dependência? Sim, um efeito comum. (tolerância - doses cada vez maiores para atingir o mesmo efeito).
  3. Pode ser usado por grávidas e lactantes? Não pode!
  4. Quais os efeitos adversos? Aumento dos batimentos cardíacos e da pressão arterial, dor de cabeça, tontura, constipação intestinal.
  5. Qual o tempo estimado para início do efeito terapêutico?  No mínimo 15 dias, podendo haver variações individuais.
  6. Como devo usar?
  • Deve ser utilizado apenas sob orientação médica. A dose inicial recomendada é de 1 cápsula de 10 mg por dia, administrada via oral, ingeridas pela manhã, com um pouco de líquido, antes ou após a alimentação.
  • Caso não ocorra perda de pelo menos 2 kg nas primeiras 4 semanas de tratamento, o médico deve reavaliar o tratamento, que pode incluir um aumento da dose para 15 mg ou a suspensão do tratamento com sibutramina.
  1. Por quanto tempo devo usar? No máximo por 2 anos.
  2. Qual a dose máxima? 15mg/dia
  3. O que você deve saber durante o uso:
  • Pode aumentar a pressão arterial e/ou frequência cardíaca, por isso é recomendado a monitorização.
  • Nos primeiros 3 meses de tratamento, estes parâmetros devem ser verificados a cada 2 semanas.
  • Entre 4 e 6 meses estes parâmetros devem ser verificados uma vez por mês e em seguida, periodicamente, a intervalos máximos de 3 meses.
  • O tratamento deve ser descontinuado em pacientes que tenham um aumento após duas medições consecutivas, da frequência cardíaca de repouso de ≥ 10 bpm ou pressão arterial sistólica / diastólica de ≥ 10 mmHg. Em pacientes hipertensos bem controlados, se a pressão arterial exceder a 145/90 mmHg em duas leituras consecutivas, o tratamento deve ser descontinuado.
  1. Quais as contraindicações?
  • Histórico de diabetes mellitus tipo 2 com pelo menos 1 outro fator de risco (i.e., hipertensão controlada por medicação, dislipidemia, prática atual do Tabagismo, nefropatia diabética com evidência de microalbuminúria).
  • História de doença arterial coronariana (angina, história de infarto do miocárdio), insuficiência cardíaca congestiva, taquicardia, doença arterial obstrutiva periférica, arritmia ou doença cerebrovascular (acidente vascular cerebral ou ataque isquêmico transitório).
  • Hipertensão controlada inadequadamente, > 145/90 mmHg
  • Idade acima dos 65 anos.
  • Índice de massa corpórea (IMC) menor que 30 kg/m2.

Por fim, conheça as particularidades da Sibutramina:

  1. Pode levar a ideação suicida, psicose e ataques de pânico.
  2. Em caso de intoxicação ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais orientações ou diretamente para o 192.
  3. O tratamento deve ser suspenso em pacientes que não apresentarem perda de pelo menos 2 kg após 4 semanas de tratamento com dose de 15 mg/dia.
  4. Causa dependência!
  5. É prescrito no receituário azul (B2).

Lembre-se de que a Sibutramina não é uma medicação isenta de riscos. É necessária uma consulta médica para avaliar a indicação. Restou alguma dúvida? Entre em contato conosco!

 

Referências bibliográficas:

  1. MASCHIO DE LIMA, T. A.; FRANCO, T. F.; PEREIRA, L. L. V.; GODOY, M. F. de. ANÁLISE DAS PRESCRIÇÕES DE SIBUTRAMINA EM DROGARIA. Revista Eletrônica de Farmácia, Goiânia, v. 15, n. e, 2018. DOI: 10.5216/ref.v15ie.47416. Disponível em: https://revistas.ufg.br/REF/article/view/47416. Acesso em: 18 abr. 2024.
  2. Câmara Pestana P, Ferreira C, Santos AL, Jerónimo J, Ganança L. Suicide Attempt in a Patient with Sibutramine Associated Psychosis. Acta Med Port. 2022 Mar 2;35(3):216-218. doi: 10.20344/amp.14304. Epub 2021 May 4. PMID: 33945464.

Autor do texto:

Dr. Milton Spolon

 

Ritalina® LA: café ou suco de maçã?

25 abril, 2024

Lançado no século XX, o cloridrato de Metilfenidato (Ritalina) é o primeiro medicamento aprovado para o tratamento do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). Tem duração aproximada de 4 horas e era a única opção terapêutica na época de seu lançamento. Uma inovação.

Entretanto, alguns pacientes precisavam tomar mais de 1 vez ao dia e em maiores quantidades para ter o efeito terapêutico desejado. O fármaco é então aperfeiçoado, lançando a tecnologia de liberação prolongada com a promessa de ter o efeito por mais tempo.

Em 1998, chega ao Brasil lançado pelo laboratório NOVARTIS BIOCIENCIAS S.A o metilfenidato de liberação prolongada nomeado como Ritalina® LA (se você ainda não leu os textos sobre TDAH, a leitura é obrigatória - https://talkpsiquiatria.com.br/tratamento-do-tdah-com-remedio/).

Seu princípio ativo é o metilfenidato, um estimulante do sistema nervoso central, que aumenta a atenção e reduz a impulsividade e hiperatividade em pacientes com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade.  Acredita-se que seja um inibidor da recaptação de dopamina no núcleo estriado (no cérebro), resultando no efeito estimulante. Uma cápsula de Ritalina® LA fornece uma liberação inicial da substância ativa e uma segunda liberação aproximadamente 4 horas depois (figura abaixo).

Está disponível nas farmácias nas apresentações: 10, 20, 30 ou 40 mg – embalagens contendo 30 cápsulas duras de liberação modificada.  É aprovado pela ANVISA para uso adulto e pediátrico acima de 6 anos de idade. O paciente não deverá tomar Ritalina® LA se for alérgico ao cloridrato de metilfenidato ou a outros componentes da fórmula; se tiver ansiedade, tensão e/ou agitação significativas; glaucoma; se estiver tomando ou tiver tomado nos últimos 14 dias um medicamento para tratamento da depressão à base de inibidor da monoaminoxidase (IMAO).

Agora, vamos às dúvidas mais comuns:

  1. Qual a dose média diária? Para crianças: 0,6mg/kg e para adultos: 40mg/dia.
  2. Qual a dose máxima diária? Para crianças: 60mg e para adultos: 80mg/dia.
  3. Pode levar a dependência? Depende! Se o indivíduo já for dependente de álcool ou alguma outra substância psicoativa a chance de levar à dependência é muito maior.
  4. Pode piorar a ansiedade? Sim! Como todo psicoestimulante, acelera o coração, e pode piorar os sintomas ansiosos.
  5. Devo tomar em jejum? Pode ser administrada com ou sem alimento. Recomenda-se após alimento.
  6. Posso partir ou dissolver a cápsula? Para pacientes incapazes de engolir a cápsula, o conteúdo pode ser espalhado em alimentos leves, como suco de maçã, e administrado.
  7. Grávidas e lactantes podem tomar? Não! Não há estudos disponíveis sobre o uso de Ritalina LA® em mulheres grávidas e lactantes.
  8. Quando devo parar de tomar? Se não for observada melhora dos sintomas posterior à titulação da dose após o período de um mês, o medicamento deve ser descontinuado sob orientação médica.
  9. Quanto tempo leva para fazer efeito? Cerca de 1-2 horas após a administração. Produz perfil bimodal de concentração-tempo no plasma (ou seja, dois picos distintos separados por aproximadamente 4 horas). Confira a curva de ação:

 

Agora, vamos comparar a Ritalina® LA  x Concerta (se você ainda não leu o texto sobre ele, aproveite: https://talkpsiquiatria.com.br/concerta-consertando-o-seu-foco/):

 

Medicação

Ritalina® LA

Concerta

Princípio ativo

Cloridrato de Metilfenidato

Cloridrato de Metilfenidato

Tempo médio de ação

8 horas

12 horas

Indicação

TDAH

TDAH

Efeitos colaterais

Cefaleia, perda de apetite, palpitações, entre outros.

Cefaleia, perda de apetite, palpitações, entre outros.

Preço (08/04/24)

A partir de R$ 110,97

A partir de R$ 222,97

Curva de ação

 

Como fazer a conversão da Ritalina de liberação imediata para a de liberação prolongada (de acordo com a bula):

Lembre-se, a  Ritalina® LA é uma medicação segura desde que utilizada conforme prescrição médica. Restou alguma dúvida? Entre em contato conosco!

 

Referências bibliográficas:

  • Jackson AJ, Foehl HC. A Simulation Study of the Comparative Performance of Partial Area under the Curve (pAUC) and Partial Area under the Effect Curve (pAUEC) Metrics in Crossover Versus Replicated Crossover Bioequivalence Studies for Concerta and Ritalin LA. AAPS J. 2022 Jul 8;24(4):80. doi: 10.1208/s12248-022-00726-w. PMID: 35798921.
  • https://portal.novartis.com.br/medicamentos/wp-content/uploads/2021/11/Bula-RITALINA-Capsula-Dura-de-Liberacao-Prolongada-Comprimido-Medico.pdf

Autor do texto:

Dr. Milton Spolon

 

Zolpidem Spray: uma cereja para dormir.

18 abril, 2024

Sra. Maria Sleep estava, há 3 meses, rolando de um lado para o outro na cama, com dificuldade de conciliar o sono e acordando todos os dias exausta, sem disposição para as atividades do dia a dia. Resolveu então, experimentar o remédio que o marido usava para dormir. Na primeira noite, dormiu como uma pedra e acabou perdendo o horário para o trabalho. Na segunda noite, resolveu tomar apenas metade do comprimido, mas não conseguiu o efeito desejado, tomando a outra metade e outro comprimido inteiro para dormir. Após 2 semanas, já estava tomando 4 comprimidos e não dormia. Decidiu então marcar uma consulta psiquiátrica.

Relatou que estava em uso do comprimido de Zolpidem 10mg. O psiquiatra então trocou o comprimido de 10mg para a versão spray: “Dona Maria, só 1 borrifada e a senhora voltará a dormir como nunca”. Naquela noite, a Sra. Maria Sleep voltou para casa e já estava exausta, mas sem sono e fez logo 4 aplicações do Zolpidem. Quando acordou e foi para o trabalho, checou sua caixa de e-mail e havia inúmeros comprovantes de pagamentos de viagens que não se lembrava. Ficou preocupada e resolveu parar o uso do Zolpidem.

- Será que eu tive sonambulismo com esse remédio?

Hoje, conheceremos os mitos e verdades a respeito do Zolpidem, na versão spray.

 Aprovado em 1998 e comercializado no Brasil à partir de 2007, é considerado uma “droga Z” – sedativo-hipnótico não benzodiazepínico, prescrito para controle de insônia. Surge com a promessa de tratar a dependência de benzodiazepínicos (alprazolam, clonazepam, diazepam), mas ao longo dos anos tornou-se um problema de saúde pública.

Zolpidem spray foi lançado recentemente, pela empresa farmacêutica Aché Laboratórios Farmacêuticos S.A.

Atua no sistema nervoso central (SNC) e liga-se seletivamente ao receptor GABA-A na subunidade α1. É capaz de diminuir a latência do sono, momento em que o indivíduo está iniciando seu sono, e de regular o tempo de duração e qualidade do sono. Encontra-se disponível na apresentação solução spray 2,5mg/ ativação (100 µL). É possível garantir a entrega de 120 ativações em cada frasco de 12 ml (cada ativação equivale a 0,1 ml), que correspondem a 30 doses completas de 10 mg, em que 1 ativação equivale a 2,5 mg e 4 ativações equivalem a 10 mg.

Agora, vamos às dúvidas mais comuns:

  1. É um remédio tarja preta? Não! É prescrito no receituário de controle especial, entretanto, seu uso deverá ser feito sob cautela com acompanhamento e prescrição médica.
  2. Pode causar dependência? Sim e acontece muito! É comum, o indivíduo precisar de doses cada vez maiores para atingir o mesmo efeito (tolerância - 1 critério da dependência de hipnóticos).
  3. Pode ser usado por grávidas e lactantes? Não pode!
  4. Quais os efeitos adversos? Alucinações, sonambulismo, quedas, hiper sonolência, convulsões, amnésia, compras excessivas. Pode induzir estados de mania e hipomania.
  5. Quanto tempo demora para fazer efeito? Em torno de 30 minutos.
  6. Por quanto tempo devo usar? No máximo 4 semanas.
  7. Como devo usar?

De acordo com a bula, o produto deve ser usado na posição vertical e recomenda-se descartar as 4 primeiras ativações (figura 1) até que o duto do spray seja completamente preenchido.

Por fim, conheça as curiosidades do Zolpidem spray:

  1. Atenção diabéticos: contém açúcar.
  2. Apresenta-se na forma de uma solução límpida, de incolor a amarelo acastanhada, livre de partículas e com odor de cereja.
  3. Em caso de intoxicação ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais orientações ou diretamente para o 192.
  4. Caso o produto não seja utilizado por 14 dias, aconselha-se desprezar uma ativação antes do novo uso.
  5. Causa dependência!

Lembre-se, o   Zolpidem não é uma medicação isenta de riscos. É necessária uma consulta psiquiátrica para avaliar a indicação. O recomendado é tratar a causa da insônia e uma boa higiene do sono. Restou alguma dúvida? Entre em contato conosco!

 

Referências bibliográficas:

 

Vortioxetina: uma nova luz para a depressão maior?

18 abril, 2024

Em 2016, após o falecimento da cachorra e companheira Virtuosa, o Sr Bruno Sorriso (nome fictício) estava mais triste, isolado, perdendo os interesses para suas atividades causando prejuízos sociais e laborais. ( se você ainda não leu os textos sobre luto e depressão, a leitura é obrigatória). Resolveu então, voltar ao psiquiatra após um período distante. Fazia o uso de Venlafaxina e já tinha tomado Escitalopram, Sertralina, Fluoxetina, Duloxetina, todos sem melhora. Seu psiquiatra, apresentou então um novo remédio para depressão maior que havia acabado de chegar no Brasil com o nome Brintellix (Vortioxetina). Hoje desvendaremos os mitos e verdades do antidepressivo.

Aprovada em 2013 pelo Food and Drug Administration (FDA) e comercializada nos EUA e na Europa desde 2014, a Vortioxetina chegou ao Brasil em 2016, sob os cuidados da empresa farmacêutica dinamarquesa LUNDBECK BRASIL LTDA, com o nome BRINTELLIX®. É indicado para o tratamento do transtorno depressivo maior em adultos. Posteriormente, os concorrentes surgem nas farmácias brasileiras com os nomes: Voextor, Vurtuoso, Vognus.

Age na modulação direta da atividade de receptores serotoninérgicos e a inibição do transportador de serotonina (5-HT). Além disso, possui diversos outros mecanismos de ação. Para quem desejar se aprofundar, deixarei referências bibliográficas abaixo sobre esse medicamento (antagonista dos receptores 5-HT3, 5-HT7, e 5-HT1D, agonista parcial do receptor 5-HT1B, agonista do receptor 5-HT1A e inibidora do transportador de 5-HT).

Está disponível na apresentação comprimidos: 5,10,15 e 20mg.

Agora, vamos as dúvidas mais comuns:

  1. Pode ser usado por grávidas e lactantes? Não é recomendado! (Categoria de Risco C).
  2. Quais os efeitos adversos? Náuseas, diminuição do apetite, tontura, prurido, diarréia, sonhos anormais.
  3. O que fazer em caso de náuseas? Recomenda-se tomar após o jantar e caso persista, associar um antiemético (Vonau).
  4. Pode alterar o libido? Não interfere no libido.
  5. Quanto tempo demora para fazer efeito? Em torno de 2 semanas.
  6. Por quanto tempo devo usar? Duração mínima de aproximadamente 6 meses.
  7. Como devo usar? A dose preconizada é de 5-20mg/dia.
  8. O que fazer caso esqueça de tomar a medicação? Tomar a próxima dose no horário habitual. Não tomar uma dose dobrada para compensar uma dose esquecida.Leva aproximadamente 66 horas para ser eliminada do organismo.

Por fim, conheça as curiosidades da Vortioxetina:

  1. Se utilizada junto com a Erva de São João pode desencadear uma síndrome denominada Serotoninérgica.
  2.  Não interage com o álcool. Porém não é aconselhável combinar com álcool.
  3. Em caso de intoxicação ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais orientações ou diretamente para o 192.
  4. O prazo de validade do BRINTELLIX® é de 24 meses. Guarde em temperatura ambiente (entre 15º C a 30 ºC). Proteger a embalagem da umidade e do calor.

Lembre-se, a Vortioxetina é uma medicação segura desde que utilizada conforme prescrição médica. Restou alguma dúvida? Entre em contato conosco!

 

Referências bibliográficas:

  1. Drugs and Lactation Database (LactMed®) [Internet]. Bethesda (MD): National Institute of Child Health and Human Development; 2006–. Vortioxetine. 2022 Apr 18. PMID: 29999894.
  2. Long JD. Vortioxetine for Depression in Adults. Issues Ment Health Nurs. 2019 Sep;40(9):819-820. doi: 10.1080/01612840.2019.1604920. Epub 2019 Jun 21. PMID: 31225773.
 

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5 setembro, 2023

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Transtorno de escoriação (skin picking)

5 setembro, 2023



O transtorno de escoriação também conhecido como skin picking, dermatotilexomania, dermatillomania, doença de pele-picking, escoriações neuróticas, acne excoriee, escoriação de pele patológica, escoriação de pele compulsiva e escoriação psicogênica, pode ser definido como o comportamento irresistível de cutucar, beliscar ou escoriar a pele até ocasionar múltiplas feridas, o que gera sofrimento e/ou prejuízo social na vida no indivíduo. Esta é a definição de acordo com DSM V.


            Critérios diagnósticos são:

 

     Beliscar a pele de forma recorrente, resultando em lesões.

 

     Tentativas repetidas de reduzir ou parar o comportamento de beliscar a pele.

 

      O ato de beliscar a pele causa sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas da vida do indivíduo.

 

     O ato de beliscar a pele não se deve aos efeitos fisiológicos de uma substância (p. ex., cocaína) ou a outra condição médica (p. ex., escabiose).

 

     O ato de beliscar a pele, não mais bem explicado pelos sintomas de outro transtorno mental (p. ex., delírios ou alucinações táteis em um transtorno psicótico, tentativas de melhorar um defeito ou falha percebida na aparência no transtorno dismórfico corporal, estereotipias no transtorno do movimento estereotipado ou intenção de lesar a si mesmo na autolesão não suicida).

 

Os locais mais comumente beliscados são rosto, braços e mãos. Além de beliscar a pele, pode haver comportamentos de esfregar, espremer e morder. O ato pode ser acompanhado de outros rituais envolvendo a pele ou cascas de ferida. Assim, os indivíduos podem procurar por um tipo particular de casca de ferida para arrancar e podem examinar, brincar ou colocar na boca ou engolir a pele depois de arrancada, na maior parte das vezes escondidos, sem serem notados.  Em geral, o indivíduo costuma ser perfeccionista e se exigir altos níveis de produtividade em sua rotina. Alguns relatam beliscar a pele de outras pessoas.

 

A prevalência na população geral é cerca de 1,4 % e afeta principalmente o gênero feminino. Seu início mais frequentemente ocorre durante a adolescência, em geral coincidindo ou logo após o início da puberdade, frequentemente com uma condição dermatológica, como acne. Além disso, é comum a associação com outros transtornos mentais, como  transtorno obsessivo compulsivo (TOC) e tricotilomania (transtorno de arrancar o cabelo).

 

Fonte: DSM V

 

Transtorno de compras compulsivas ou oniomania, quando o comprar é patológico.

5 setembro, 2023


Um tema cada vez mais comum nos consultórios é o transtorno de compras compulsivas ou oniomania, palavra derivada dos termos gregos oné (a compra, a aquisição) e mania (a insânia, a fúria). Saiba identificar quando é patológico.

 Embora ainda não tenha sido incluído no Manual Estatístico de Doenças Mentais (DSM V), é relacionado pela literatura aos transtornos de controle do impulso, definido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como: “a falha em resistir a um impulso, instinto, ou desejo de realizar um ato que é prejudicial ao indivíduo ou outras pessoas”.

 

Os critérios diagnósticos são:

1)    Uma preocupação mal-adaptativa com comprar ou impulsos mal-adaptativos de comprar, indicados por pelo menos um dos seguintes:

-       Preocupação frequente com comprar ou impulsos para comprar que são vivenciados como irresistíveis, intrusivos e/ou sem sentido;

-       Compra frequentemente mais do que pode pagar, itens desnecessários ou compra por períodos de tempo mais longos que o pretendido.
 

2)    As preocupações, impulsos ou comportamentos de comprar causam notável sofrimento, consomem muito tempo, interferem significativamente no funcionamento social ou ocupacional ou resultam em problemas financeiros (como endividamento ou falência).

 

3)    O comportamento de comprar compulsivamente não ocorre exclusivamente em períodos de mania ou hipomania.

 

É importante atentar-se ao último critério diagnóstico para não confundirmos com transtorno afetivo bipolar (se ainda não conhece, procure na página da Talk). As principais características são:

 

     Preocupação excessiva e perda de controle sobre o ato de comprar.

     Aumento progressivo do volume de compras.

     Tentativas frustradas de reduzir ou controlar as compras.

     Comprar para lidar com a angústia, ou outra emoção negativa.

     Mentiras para encobrir o descontrole com compras.

     Prejuízos nos âmbitos social, profissional e familiar.

     Problemas financeiros causados por compras.

 

 

Logo, quanto mais o indivíduo compra, gastando mais dinheiro e por mais tempo, mais precoce deverá ser realizada a intervenção. O tratamento envolve medicações como Topiramato e  Naltrexona associado a psicoterapia.

 

 

 

Fonte: https://www5.usp.br/noticias/comportamento/compra-compulsiva-e-problema-de-saude-e-tem-tratamento/#:~:text=Essas%20s%C3%A3o%20as%20principais%20caracter%C3%ADsticas,a%20ins%C3%A2nia%2C%20a%20f%C3%BAria).

 

Será que tenho TDAH?

26 junho, 2023

Será que tenho TDAH?

Transtorno de déficit de atenção/hiperatividade (TDAH) é uma síndrome de desatenção, hiperatividade e impulsividade. Há 3 tipos de TDAH, os que são predominantemente desatentos, hiperativo/impulsivos e combinados. Os critérios clínicos dão o diagnóstico. O tratamento inclui medicação com estimulantes, terapia comportamental e intervenções educacionais.

O transtorno de déficit de atenção/hiperatividade é considerado um transtorno do neurodesenvolvimento.

TDAH afeta cerca de 5 a 15% das crianças. Entretanto, muitos especialistas acreditam que o TDAH é superdiagnosticado, em grande parte porque os critérios são aplicados de forma imprecisa. De acordo com o Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders, 5ª edição (DSM-5), há 3 tipos:

  • Desatenção predominante

  • Hiperatividade/impulsividade predominante

  • Combinado



Transtorno de deficit de atenção/hiperatividade (TDAH) em adultos

Embora o TDAH seja considerado um transtorno de crianças e sempre comece durante a infância, as diferenças neurofisiológicas subjacentes persistem durante a vida adulta e os sintomas comportamentais continuam evidentes na idade adulta em cerca de metade dos casos. Embora o diagnóstico às vezes só possa ser reconhecido na adolescência ou na idade adulta, algumas manifestações deveriam ter ocorrido antes dos 12 anos de idade. Em adultos a prevalência é cerca de 4%.

O diagnóstico é clínico. O início ocorre geralmente antes dos 4 anos e invariavelmente antes dos 12. O pico para o diagnóstico fica entre 8 e 10 anos, entretanto os que apresentam deficit de atenção predominante só são diagnosticados após a adolescência. De acordo com o DSM V, o indivíduo deve satisfizer pelo menos 6 dos 9 critérios relativos à desatenção e/ou hiperatividade com duração  mínima de 6 meses (em geral antes dos 12 anos de idade):


Critérios diagnósticos do DSM-5 para transtorno de deficit de atenção/hiperatividade (TDAH)

Os critérios diagnósticos do DSM-5 incluem 9 sinais e sintomas de desatenção e 9 de hiperatividade e impulsividade. O diagnóstico que usa esses critérios requer ≥ 6 sinais e sintomas de um ou ambos os grupos. Além disso, é necessário que os sintomas

  • Estejam presentes muitas vezes por ≥ 6 meses

  • Sejam mais pronunciados do que o esperado para o nível de desenvolvimento da criança

  • Ocorram em pelo menos 2 situações (p. ex., casa e escola)

  • Estejam presentes antes dos 12 anos de idade (pelo menos alguns sintomas)

  • Interfiram em sua capacidade funcional em casa, na escola ou no trabalho

Sintomas de desatenção:

  • Não presta atenção a detalhes ou comete erros descuidados em trabalhos escolares ou outras atividades

  • Tem dificuldade de manter a atenção em tarefas na escola ou durante jogos

  • Não parece prestar atenção quando abordado diretamente

  • Não acompanha instruções e não completa tarefas

  • Tem dificuldade para organizar tarefas e atividades

  • Evita, não gosta ou é relutante no envolvimento em tarefas que requerem manutenção do esforço mental durante longo período de tempo

  • Frequentemente perde objetos necessários para tarefas ou atividades escolares

  • Distrai-se facilmente

  • É esquecido nas atividades diárias

Sintomas de hiperatividade e impulsividade:

  • Movimenta ou torce mãos e pés com frequência

  • Frequentemente movimenta-se pela sala de aula ou outros locais

  • Corre e faz escaladas com frequência excessiva quando esse tipo de atividade é inapropriado

  • Tem dificuldades de brincar tranquilamente

  • Frequentemente movimenta-se e age como se estivesse "ligada na tomada"

  • Costuma falar demais

  • Frequentemente responde às perguntas de modo abrupto, antes mesmo que elas sejam completadas

  • Frequentemente tem dificuldade de aguardar sua vez

  • Frequentemente interrompe os outros ou se intromete

O diagnóstico do tipo desatenção predominante exige ≥ de 6 sinais e sintomas de desatenção. O diagnóstico do tipo hiperativo/impulsivo exige ≥ 6 sinais e sintomas de hiperatividade e impulsividade. O diagnóstico do tipo combinado requer ≥ 6 sinais e sintomas de cada critério de desatenção e hiperatividade/impulsividade.


Referências bibliográficas:

1) DSM V

2) MSD - versão para profissionais de sáude

 

Skin picking - Transtorno de escoriação

22 junho, 2023

O transtorno de escoriação pode ser definido como o comportamento irresistível de cutucar, beliscar ou escoriar a pele até ocasionar múltiplas feridas, o que gera sofrimento e/ou prejuízo social na vida no indivíduo. Este comportamento pode ser automático (sem muita consciência) ou focado (com maior consciência). Em geral está associado à dificuldade em identificar ou manejar estados emocionais negativos de maior intensidade (como a ansiedade) ou menor intensidade (como o tédio). O indivíduo costuma ser perfeccionista e exigir de si mesmo altos níveis de produtividade em sua rotina.

O DSM-V, incluiu o diagnóstico do Transtorno de Escoriação (skin picking) como parte do capítulo do Transtorno Obsessivo Compulsivo e outros transtornos relacionados, descrevendo critérios diagnósticos que consistem em: comportamento de beliscar a pele recorrentemente causando lesões, sendo relatadas diversas tentativas de parar ou reduzir o comportamento autolesivo. Este comportamento causa sofrimento significativo ou prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas da vida e não se apresenta como consequência fisiológica do uso de uma substância (por exemplo, cocaína), ou a outra condição médica que justifique (por exemplo, escabiose). O comportamento de beliscar a pele, não pode ser mais bem enquadrado como sintoma de outro transtorno mental, como: transtorno psicótico (delírios ou alucinações táteis), transtorno dismórfico corporal (tentativa de melhorar aparência corrigindo um defeito ou falha percebida), transtorno de movimento estereotipado (estereotipias) ou autolesão não suicida (intenção de causar danos a si mesmo).


Dentre as particularidades do transtorno, encontra-se o fato de que o ato de beliscar normalmente não acontece na presença de outras pessoas, ou apenas na presença de familiares. Pode envolver uma série de comportamentos ou rituais direcionados a um tipo específico de crosta ou irregularidade. Para alguns indivíduos o comportamento ocorre de forma mais focada (quando busca o alívio da tensão). Para outros, de forma automática (não é perceptível a tensão precedente). Ou ainda, pode ocorrer de forma mista. Os sentimentos relatados como desencadeantes relacionam-se ao tédio ou ansiedade e a uma tensão crescente que antecede o comportamento de beliscar ou de resistir a este impulso. São também relatadas lesões desencadeadas por uma sensação corporal desagradável, mas, na maior parte dos casos não é relatada dor em decorrência da escoriação.

Pessoas de diferentes idades podem apresentar o TE. O início ocorre com maior frequência na adolescência e vinculado a uma condição dermatológica como a acne. O curso geralmente é crônico e quando não tratado pode ser direcionado a partes alternadas do corpo e apresentar remissões e exacerbações durante a vida. O diagnóstico dermatológico é dispensável, tendo em vista que os indivíduos admitem provocar as lesões, mas o quadro pode ser desencadeado ou acentuado por uma condição dermatológica já existente, situação que requer aprofundamento na avaliação para determinar a ocorrência ou não de comorbidade.


Referências Bibliográficas:

DSM V


 

Dificuldades para dormir? Conheça a higiene do sono!

5 junho, 2023

Dificuldades para dormir? Conheça a higiene do sono!


São atitudes e mudanças de hábitos simples capazes de melhorar muito a qualidade do sono e da sua saúde mental.


Algumas dicas importantes:


1) O QUARTO: Este cômodo sagrado não dever ser utilizado para comer, assistir televisão ou trabalhar. O quarto serve para relaxar, descansar, ler um livro (com uma luz fraca de cabeceira), namorar e obviamente: dormir!


2) ILUMINAÇÃO: A luz branca fluorescente ou a emitida por monitores, tablets, e celulares inibe a produção natural da melatonina. Procure se distanciar de telas e dê preferência para a luz alaranjada de um abajur. A exposição solar matinal é bastante benéfica.


3) TEMPERATURA: Nosso corpo precisa reduzir a temperatura corpórea durante a noite. O quarto precisa ser arejado. Banhos quentes antes dormir podem ter efeito relaxante, porém quando o aquecimento é excessivo o sono fica prejudicado.


4) RUÍDO: Nossa audição é um sentido que não se desliga completamente durante o sono, especialmente adultos que já tiveram filhos e se condicionaram a dormir atentos aos ruídos das crianças. Procure atenuar o ruído noturno da casa e se necessário utilize um tampão auricular de silicone (utilizados por nadadores para proteção contra água).


5) ROTINA: Procure se condicionar a dormir e acordar nos mesmos horários. Cochilos durante o dia prejudicam o sono daqueles que têm dificuldade para dormir.



6) ALIMENTAÇÃO: A refeição da noite deve ser mais leve e sem alimentos de difícil digestão como carnes e comidas gordurosas. Pessoas que sofrem de refluxo devem evitar qualquer ingesta duas horas antes de deitar-se para dormir.


7) EXERCÍCIOS FÍSICOS: Atividade física é essencial para a saúde e quando praticada pela manhã tem benefícios para o sono. Evite exercícios vigorosos a noite que liberem muita adrenalina. Alongamento é uma atividade excelente antes de dormir.


8) A MENTE: A noite é necessário desacelerar o pensamento. Evite assistir filmes de suspense, terror ou ação excessiva. Pessoas muito ansiosas com as tarefas do dia seguinte podem adotar o hábito de anotar o que precisam em uma agenda para se desligarem das preocupações. A prática de meditação pode ajudar muito e existem muitos aplicativos para se iniciar na prática.


9) XANTINAS: Evite consumir as chamadas xantinas presentes no café, chocolate, chá mate, chã preto, chocolate e bebidas contendo cafeína no período da tarde e da noite.


10) ALCOOL E OUTRAS DROGAS: O álcool afeta a qualidade do sono e a nicotina do cigarro funciona como estimulante. Não utilize nenhum medicamento para dormir sem orientação médica.



 

Transtorno de ansiedade generalizada

1 junho, 2023

O transtorno de ansiedade generalizada caracteriza-se por ansiedade e preocupação excessivas em relação a diversas atividades ou eventos que estão presentes na maioria dos dias por  6 meses. A causa é desconhecida, embora comumente coexista em pessoas com alcoolismo, depressão maior ou transtorno de pânico. O diagnóstico baseia-se em história e exame físico. O tratamento consiste em psicoterapia, terapia medicamentosa ou ambos.


Afeta cerca de 3% da população em período de 1 ano. As mulheres têm duas vezes mais chances de serem afetadas que os homens. O transtorno geralmente se inicia na infância ou na adolescência, mas pode começar em qualquer idade.


Quais são os principais sinais e sintomas?

O foco da preocupação não é restrito como em outros transtornos psiquiátricos (p. ex., quanto a ter ataque de pânico, ficar envergonhado em público ou ser contaminado); o paciente tem múltiplas preocupações, as quais quase sempre mudam com o tempo. Preocupações comuns incluem responsabilidades no trabalho e com a família, dinheiro, saúde, segurança, reparos no carro e pequenas tarefas.

O curso é geralmente flutuante e crônico, com piora durante estresse. Muitos pacientes com transtorno da ansiedade generalizado têm um ou mais transtornos psiquiátricos comórbidos, incluindo depressão maior, fobia específica, fobia social e transtorno de pânico.

De acordo com  Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders, Fifth Edition  (DSM V), os critérios diagnósticos são:

  • Ansiedade e preocupações excessivas sobre algumas atividades ou alguns eventos

Pacientes têm dificuldade em controlar as preocupações, que ocorrem por mais dias do que não por ≥ 6 meses. As preocupações também devem ser associadas a ≥ 3 dos seguintes:

  • Agitação ou sensação de nervosismo ou tensão

  • Cansaço fácil

  • Dificuldade de concentração

  • Irritabilidade

  • Tensão muscular

  • Alterações do sono

Além disso, a ansiedade e preocupação não podem ser explicadas pelo uso de substâncias ou outra doença clínica (p. ex., hipertireoidismo).

Como é realizado o tratamento?

Temos estratégias medicamentosas e não medicamentosas, como alimentação balanceada, exercicíos físicos (principalmente atividade aeróbica), meditação e a psicoterapia, uma ferramenta fundamental.

Já o tratamento medicamentoso consiste em: Inibidores seletivos da recaptação da serotonina (ISRS, p. ex., escitalopram, dose inicial de 10 mg por via oral uma vez ao dia) e os inibidores da recaptação de serotonina-noradrenalina (ISRNs, p. ex., venlafaxina, dose inicial de 37,5 mg por via oral uma vez ao dia). 

Referências bibliográficas:

1) DSM V

2) Data SUS




 

Transtorno do jogo: saiba reconhecer os sinais.

20 maio, 2023

Transtorno do Jogo
Por definição o jogo de azar envolve apostas, o que significa empenhar um bem ou valor financeiro na previsão de um evento futuro, para o qual o resultado não depende das ações de quem apostou.

Desde a sua inclusão na terceira edição do DSM, o Transtorno do Jogo foi classificado entre os “Transtornos do Controle dos Impulsos Não Classificados em Outro Local”, devido ao seu caráter impulsivo, porém na quinta e última edição deste manual, a síndrome foi renomeada par Transtorno do Jogo (TJ) e reclassificado como dependência, em virtude do compartilhamento de várias características com as dependências de substância, incluindo fatores genéticos, epidemiológicos, comorbidades psiquiátricas, psicopatologia e resposta terapêutica.

 

Critérios diagnósticos segundo o DSM-5

A. Comportamento de jogo problemático persistente e recorrente levando a prejuízo ou sofrimento clinicamente significativo, conforme indicado pelo indivíduo exibindo quatro critérios (ou mais) num período de 12 meses:
1. Necessidades de jogar com quantidades crescentes de dinheiro, a fim de obter a excitação desejada.
2. É agitado ou irritado quando tenta diminuir ou parar de jogar.
3. Tem feito repetidos esforços infrutíferos para controlar, diminuir ou parar de jogar.
4. É muitas vezes preocupado com o jogo (por exemplo, ter pensamentos persistentes de reviver experiências de jogo passadas, fragilizando-se ou ao planejar a próxima aventura, pensando em maneiras de obter dinheiro para jogar).
5. Muitas vezes, quando joga sente-se angustiado (por exemplo, impotente, culpado, ansioso, deprimido).
6. Depois de perder dinheiro no jogo, frequentemente volta outro dia para recuperar perdas.
7. Mente para esconder a extensão do envolvimento com jogos de azar.
8. Colocou em risco ou perdeu um relacionamento significativo, emprego ou oportunidade de educação ou carreira por causa do jogo.
9. Depende de outros para prover dinheiro para reviver situação financeira desesperadora causada pelo jogo.

B. O comportamento de jogo não é melhor explicado por um episódio maníaco.

O transtorno do jogo é caracterizado por:

  • Perda de controle se revela no gasto de tempo dinheiro acima do pretendido e pelas tentativas infrutíferas de moderar o jogo.
  • Jogo é uma atividade estimulante do SNC, sua prática recorrente se assemelha aos relatos de tolerância e abstinência descritos nas dependências em geral (sensação de inquietação e angústia e desatenção quando impedido de apostar)
  • As consequências negativas mais comumente relatados são endividamento, brigas familiares, desemprego ou falha acadêmica, envolvimento em atividades ilegais e tentativas de suicídio.

  • O tratamento consiste em psicoterapia e algumas medicações para controlar os impulsos, tais como Naltrexona e Topiramato. 




    Fontes:

    1) DSM V

    2) PRO-AMITI: Programa ambulatorial integrado dos transtornos do impulso

     

    Dependência química

    18 maio, 2023

    A dependência química consiste num conjunto de ocorrências cognitiva, emocionais e comportamentais que ocorrem no organismo do indivíduo após o consumo excessivo de componentes psicoativos, sedativos e depressores.

    Trata-se de uma questão de saúde pública preocupante.

    O que é dependência química?

    A dependência química pode ocorrer pelo vício em uma várias substâncias psicoativas, tais como:

    • Álcool
    • Nicotina
    • Cocaína
    • Crack
    • Maconha
    • Sedativos e hipnóticos
    • k9/k2/spice
    • Drogas sintéticas
    • Alucinógenos

    Trata-se de um problema crônico, que ocasiona mudanças no comportamento da pessoa ao usar determinada substância, que acaba dominada por impulsos cada vez mais recorrentes, para fazer uso da droga novamente.

    É um padrão mal-adaptado do consumo de substâncias e gera prejuízos tanto clínicos quanto de ordem emocional. 

    Nesse padrão a substância entorpecente passa a ser um refúgio na busca por sensações de bem-estar e de alívio da ansiedade, insegurança ou medo.

    A dependência química é uma doença?

    Sim, é uma doença de característica crônica e há diversos fatores que definem esse quadro como uma patologia, mas dois se destacam. 

    Tolerância: 

    É a necessidade de ingerir doses cada vez maiores para a droga despertar os efeitos desejados pois o organismo se adapta às quantidades habituais.

    Abstinência:

    Engloba a manifestação de sintomas fisiológicos e cognitivos de forte desconforto ocasionados pela interrupção da administração do entorpecente.

    Tipos de dependência química

    Os tipos são classificados conforme a droga administrada, podendo ser:

    Dependência de Medicamentos

    Aqui os mais usados são os ansiolíticos ou tranquilizantes e anticolinérgicos.

    Os primeiros atuam no sistema nervoso e torna-se perigoso com o uso de forma indiscriminada e com associação a outras drogas como o álcool, que o álcool potencializa o efeito dos ansiolíticos.

    Os ansiolíticos benzodiazepínicos causam:

    • intoxicações agudas
    • sedação
    • agressividade e hostilidade
    • lesões no sistema nervoso central

    Dependência de Repositores hormonais

    Os repositores hormonais foram pensados para pessoas que possuem algum tipo de desordem ou déficit na produção de certos hormônios.

    Mas têm sido cada vez mais procurados de forma consumista, sem preocupação com os efeitos colaterais e sem a devida prescrição médica, por exemplo os esteroides e anabolizantes e medicamentos para a menopausa e andropausa.

    Dependência de drogas lícitas

    São aquelas cuja circulação e venda é amparada por lei e são de fácil  acesso, como álcool e cigarros.

    O álcool é a droga de maior dependência, por sua grande aceitação social e acessibilidade alta, inclusive com consumo em ambientes familiares.

    Já o tabagismo é o consumo abusivo de tabaco que possui nicotina, mas também há outras substâncias que podem ser usadas como naftalina e amônia.

    Dependência de drogas ilícitas

    As drogas ilícitas são aquelas cuja comercialização e consumo não são permitidos sob nenhuma circunstância, sendo inclusive passível de punições legais.

    Os exemplos mais conhecidos são:

    • Maconha
    • Cocaína
    • Anfetaminas
    • Crack

    Dependência de Opioides

    Aqui estão as drogas derivadas do ópio, natural ou semi-sintética como:

    • Morfina
    • Heroína
    • Oxicodona
    • Metadona
    • Fentanil
    • Codeína

    Possuem altíssima chance de dependência mesmo com poucos usos e são usados como analgésicos e sedativos, porém com administração indevida produzem danos muitas vezes irreversíveis, além de causar uma das síndromes de abstinência mais potentes.

    Dependência de Alucinógenos

    As substâncias alucinógenas ou psicodislépticas, são aquelas que alteram a percepção de nós mesmos e do ambiente ao redor - levando de partida da euforia e confusão mental a um estado depressivo e paranoico.

    As mais comuns com esse efeito são:  LSD, ecstasy e  MD.

    Referências:

    American Psychiatric Association (APA). Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais: DSM-5. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2014.

    Sadock, Benjamin J. Compêndio de psiquiatria : ciência do comportamento e psiquiatria clínica / Benjamin J. Sadock, Virginia A. Sadock, Pedro Ruiz ; tradução: Marcelo de Abreu Almeida ... [et al.] ; revisão técnica: Gustavo Schestatsky... [et al.] – 11. ed. – Porto Alegre : Artmed, 2017.

    OMS - Organização Mundial da Saúde: https://www.who.int

     

    Quais os riscos do cigarro eletrônico?

    18 maio, 2023

    🚬 Os dispositivos eletrônicos para fumar (DEF), são também conhecidos como cigarros eletrônicos, vaper, pod, e-cigarette, e-ciggy, e-pipe, e-cigar.


    🤓 Foram criados em 2003, como alternativa para o tratamento do tabagismo. Porém, acabaram atraindo um novo público: os jovens e tal consumo cresce a cada dia, com dados alarmantes.


    🍓 Sabores diferentes, cores chamativas, formatos práticos e compactos são os principais atrativos. Além disso, a "a praticidade" para fumar em lugares proibidos devido ausência de fumaça, pode ser considerado um fator incentivador. 


    🚫 A comercialização, importação e propaganda são proibidas no Brasil desde 2009, mas não é difícil encontrá-los à venda devido a falta de fiscalização e enorme oferta.


    💨 Eles apresentam mais de 80 substâncias tóxicas (servem para dar o gosto adocicado e estão intimamente relacionados ao surgimento do câncer): Propilenoglicol, Glicerina, Nitrosaminas, Benzaldeído…


    👉🏼 No nosso corpo afeta principalmente:

    🫁 Pulmão: câncer de pulmão;

    🧠 Cérebro: síndrome do pânico, AVC;

    🫀 Coração: infarto e outras síndromes coronarianas;

    🤒 EVALI (lesão pulmonar associada ao uso de cigarro eletrônico): os sintomas vão desde tosse, dor no peito e falta de ar até náuseas, vômitos.


    O tratamento consiste em medicações e grupos de apoio ao tabagismo. Dentre os fármacos, podemos destacar a Bupropiona e adesivos de nicotina, os quais em geral, possui eficácia no tratamento.

     

    O uso de Zolpidem é seguro?

    17 maio, 2023

    👉🏼 Também conhecido como Patz, Stilnox, Turno, Pidezot, Zolfest e Zolpaz.


    😴 É indicado para tratamento de curto prazo de insônia, um problema que atinge mais de 70 milhões de pessoas.


    ⏰ Em geral, faz efeito em menos de 1 hora, dependendo da forma utilizada via oral ou sublingual.


    ❌ O uso inadequado cresce cada vez mais e os prejuízos também, levando alguns casos a internação conforme critério médico, porém a maioria dos casos são tratados no consultório médico.


    ⚠️ Alguns efeitos colaterais que podem ocorrer: Alucinações; Sonambulismo; Convulsões ; Amnésia ; Sedação; Tontura; Queda,. Alguns exemplos reais: "Esqueci o fogão ligado...dirigi em alta velocidade e não me recordo...mandei mensagem para várias pessoas e não me lembro", são algumas situações recorrentes.


    ✍🏽Usado conforme prescrição médica por curto período de tempo é considerado seguro.

      Qual o tratamento?

      O tratamento farmacológico envolve uma avaliação com psiquiatra, analisando a evolução, fatores desencadeantes, indicações de uso, e é individualizado, ou seja, cada paciente possui seu planejamento terapêutico singular, o qual é construído em conjunto, estimulando a autonomia e o tratamento humanizado, além da prescrição de medicação conforme indicação.