Transtorno de compras compulsivas ou oniomania, quando o comprar é patológico.
Um tema cada vez mais comum nos consultórios é o transtorno de compras compulsivas ou oniomania, palavra derivada dos termos gregos oné (a compra, a aquisição) e mania (a insânia, a fúria). Saiba identificar quando é patológico.
Embora ainda não tenha sido incluído no Manual Estatístico de Doenças Mentais (DSM V), é relacionado pela literatura aos transtornos de controle do impulso, definido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como: “a falha em resistir a um impulso, instinto, ou desejo de realizar um ato que é prejudicial ao indivíduo ou outras pessoas”.
Os critérios diagnósticos são:
1) Uma preocupação mal-adaptativa com comprar ou impulsos mal-adaptativos de comprar, indicados por pelo menos um dos seguintes:
- Preocupação frequente com comprar ou impulsos para comprar que são vivenciados como irresistíveis, intrusivos e/ou sem sentido;
- Compra frequentemente mais do que
pode pagar, itens desnecessários ou compra por períodos de tempo mais longos
que o pretendido.
2) As preocupações, impulsos ou comportamentos de comprar causam notável sofrimento, consomem muito tempo, interferem significativamente no funcionamento social ou ocupacional ou resultam em problemas financeiros (como endividamento ou falência).
3) O comportamento de comprar compulsivamente não ocorre exclusivamente em períodos de mania ou hipomania.
É importante atentar-se ao último critério diagnóstico para não confundirmos com transtorno afetivo bipolar (se ainda não conhece, procure na página da Talk). As principais características são:
● Preocupação excessiva e perda de controle sobre o ato de comprar.
● Aumento progressivo do volume de compras.
● Tentativas frustradas de reduzir ou controlar as compras.
● Comprar para lidar com a angústia, ou outra emoção negativa.
● Mentiras para encobrir o descontrole com compras.
● Prejuízos nos âmbitos social, profissional e familiar.
● Problemas financeiros causados por compras.
Logo, quanto mais o indivíduo compra, gastando mais dinheiro e por mais tempo, mais precoce deverá ser realizada a intervenção. O tratamento envolve medicações como Topiramato e Naltrexona associado a psicoterapia.